Psicologias, força de vontade e fé.

Talvez uma das conversas mais interessantes que tivemos sobre a gravidez tenha sido a de ontem. Mamãe está muito insegura ainda. Com medo de que algo ruim possa acontecer. Eu tenho a certeza de que tudo vai dar certo.
Sei que os hormônios afetam um pouco a forma pela qual o corpo reage a certos estímulos, mas sempre acreditei na força do pensamento positivo. Já a mamãe não. Mamãe sempre se fiou nos estímulos presentes, ficando bem num realismo que as vezes me irrita. Assim como eu a irrito quando me aferro ao meu incansável otimismo poliânico.
A nossa conclusão disso tudo foi que mamãe sente um pouco de dificuldades em assumir que tem direito de ser feliz. Para ela, esse direito é ainda muito fluido, muito abstrato e, ainda que racionalmente faça sentido, não consegue reverberar esse direito dentro de si.
Isso me deu uma tristeza profunda: Como é que alguém não se dá o direito de ser feliz?
Não, sei. Não posso julgar. Não estou no sentimento do outro para sabê-lo.
Mas sei, que eu, dentro de minhas parcas possibilidades, independentemente do que seja, lutarei pelo direito da mamãe ser feliz, mesmo que ela não saiba o que seja isso.
Isso me faz lembrar um verso do poema de Cecilia Meireles onde ela defende, segundo minha interpretação, claro, que Liberdade é aquilo que não se define mas que todo mundo sabe o que é.
Minhoquinha, antes de tudo, saiba que você tem sim, todo o direito de ser feliz. Por mais que te pareça o contrário, você tem muito direito de ser feliz. E eu também!